quarta-feira, 8 de abril de 2009

RIA da semana - Disciplina

A virtude da disciplina (adaptada)

Certas palavras e expressões às vezes têm seu sentido deturpado ou reduzido.

Assim ocorre com a disciplina, freqüentemente entendida como submissão a um agente externo.

O termo remeteria à ação que sujeita a vontade de outrem.

Embora a disciplina sob o aspecto exterior seja necessária, ela a tal não se circunscreve.

Na realidade, é sob o prisma interno que a disciplina revela seu mais rico potencial.

Trata-se de uma virtude que viabiliza a aquisição de todas as outras.

Sem disciplina, não há avanço e transformação moral e intelectual.

A criatura indisciplinada permanece como sempre foi.

Seus vícios e debilidades não encontram firme oposição e os mesmos erros são incessantemente repetidos.

A disciplina atua no plano da vontade.

Ela estabelece regras e define como deve ser o comportamento futuro.

O homem disciplinado diz a si mesmo que deve fazer e se mantém firme no propósito.

Mesmo contra seus interesses e tendências naturais, segue o programa de melhoramento que se impôs como meta.

A disciplina consiste em uma força interior que permite a alteração de velhos hábitos.

Não se trata apenas de decidir ser melhor, mas de colocar em prática o que se decidiu.

Certamente há vacilos, mas logo o homem disciplinado retoma seu projeto inicial.

Ele não se permite desistir, quando percebe a viabilidade da meta que elegeu para si.

Nada há de errado com a satisfação das necessidades elementares da vida, em um contexto de dignidade.

O vício reside no excesso e na fixação do pensamento em atividades que são meramente instrumentais.

A destinação do Espírito humano é excelsa.

Compete-lhe vencer a si mesmo, libertar-se de hábitos primários e preparar-se para experiências transcendentais do intelecto e do sentimento.

Ocorre que isso somente é possível com muita disciplina.

Sem uma vontade firme aplicada na correção do próprio comportamento, ninguém avança. Maus hábitos, como maledicência, gula, preguiça e leviandade sexual, não somem por si sós.

Eles devem ser corajosamente enfrentados e subjugados.

O abandono de vícios é lento e doloroso.

No princípio, o esforço necessário é hercúleo.

Mas gradualmente se percebe o peso que representam as más tendências.

Surge uma sensação de liberdade e de leveza, com a adoção de um padrão digno de comportamento.

Então, o que era difícil se torna fácil e prazeroso, pois a disciplina gera a espontaneidade. Pense nisso.
Redação do Momento Espírita. Em 15.02.2008